segunda-feira, 26 de abril de 2010

Madrastas, padrastos e enteados

Imagen da internet
"Qual será a representação actual relativamente ao papel assumido pelo (a) padrasto/madrasta?". "Será que a representação, ainda que inconsciente, da madrasta malvada dos contos infantis está completamente posta de lado?" "Ou será, que no fundo, as madrastas e os padrastos ainda são conotados como os maus da fita e os enteados como as vítimas?"

Independentemente da imagem que se tem destas "figuras", o fato da taxa de divórcios estar a aumentar, permite concluir que as madrastas e os padrastos terão sem sombra de dúvida, um lugar de destaque cada vez maior nos contextos familiares futuros.

Se irá brevemente assumir este papel e não vive no mito de que entre si e o seu enteado vai nascer um "amor à primeira vista", então provavelmente sentirá alguma curiosidade, em saber o que poderá facilitar ou dificultar a construção da relação com os filhos do (a) seu (sua) companheiro(a).

Factores que influenciam o relacionamento

A idade dos enteados é um dos fatores que condicionam a construção da relação. Quando estes têm menos de 5 anos ou mais de 18 parecem lidar mais facilmente com o (a) padrasto/ madrasta. O sexo também tem influência. As meninas, porque de uma forma geral estabelecem relações de lealdade mais fortes com as figuras parentais, têm maior dificuldade em aceitar a entrada de um novo elemento na família.

Quando o período entre o divórcio e o recasamento é muito longo ou muito curto, a dificuldade de entendimento entre enteados e padrasto/madrasta é maior. Na primeira situação porque entre a figura parental e a criança se estabeleceu uma ligação mais forte, o que dificulta a entrada de um novo elemento no sistema. Na segunda devido à não resolução do "luto" resultante da "perda" da outra figura parental.

A entrada de um novo elemento na família é para a criança muito complicada, porque, por mais simpático que este seja, é visto por ela como um intruso e um rival. Este(a) vem muitas vezes pôr fim aos sonhos que a criança ainda alimentava sobre a reconciliação dos pais biológicos. A criança vive também com medo que o pai ou a mãe que ficou com ela a abandone. Ela já vivenciou a experiência de abandono relativamente ao outro progenitor, temendo que isso possa voltar acontecer com este. Tudo isto torna este processo doloroso para a criança, que frequentemente assume um papel de opositora ao novo elemento que o pai, ou a mãe, gostaria de acrescentar à família.

Embora todo este processo frequentemente não corra como foi idealizado, se forem tomadas algumas medidas, muitos problemas poderão ser atenuados. Deixo-lhe algumas sugestões: Nunca tente substituir o (a) pai/mãe dos filhos da (o) sua (seu) companheira(o), procure antes construir uma relação de confiança como amigo e não como figura parental substituta;

Assuma um papel secundário na educação dos seus enteados. O seu papel deverá ser apoiar o seu cônjuge, não interferindo directamente na relação educativa;

Mantenha com os seus enteados uma relação baseada no respeito e não na intimidade. A existência de uma certa distância pode ser muito benéfica para este relacionamento;

Se for possível, procure entrar gradualmente na vida dos seus enteados, pois a criação de laços é um processo lento, que exige muito tempo, muita dedicação e paciência;

Apesar de esta ser uma tarefa árdua, sorria... o seu esforço será compensado...



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